2012 / Tema 05
Histerectomia não oncológica: subtotal ou total? ( Non oncologic hysterectomy: subtotal or total? )
Considerando os dados disponíveis por meio de séries de casos bem como de alguns estudos randomizados e a partir da análise da Cochrane (2012), podemos sintetizar as recomendações para a realização de histerectomia em base de evidência, segundo o relato de Kives et al (29):
- A histerectomia vaginal é considerada a via cirúrgica de escolha para a maioria das indicações de procedimento operatório por doenças benignas por registrar menor frequência de morbidade e de complicações pós- operatórias, assim como menor tempo de recuperação comparativamente à histerectomia abdominal (I-A).
- Candidatas a histerectomia por doença benigna, seja por via vaginal, abdominal ou laparoscópica, devem ser orientadas para o fato de a histerectomia per se ser frequentemente associada com melhora da qualidade de vida, incluindo função sexual, com ou sem a remoção do colo uterino (I-B).
- A histerectomia subtotal abdominal não deve ser recomendada como técnica superior à histerectomia total abdominal como forma de prevenção de sintomas do trato urinário baixo (I-B).
- Apesar de a histerectomia subtotal estar associada a menor tempo cirúrgico e menor perda sanguínea, esses parâmetros não se mostraram clinicamente significantes a ponto de essa técnica ser recomendada como superior à histerectomia total abdominal na prevenção de complicações peri e pós- operatórias (I-B).
- Mulheres que desejam realizar a histerectomia subtotal devem ser orientadas para a possibilidade de sangramento cíclico no longo prazo após a cirurgia (I-B).
- A realização de histerectomia subtotal implica a necessidade de manutenção do acompanhamento colpocitológico rotineiro (II-B).
Mulheres que necessitem de histerectomia e que apresentem antecedente de colpocitologia anormal devem ser aconselhadas quanto aos benefícios da histerectomia vaginal ou total abdominal em comparação aos da subtotal (I-B).