#Examina - Gestação e câncer ginecológico: entenda os cuidados e tratamentos durante a gravidez
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São Paulo, 11 de novembro de 2024.
A gestação é um período de grandes transformações e expectativas. Mas o que acontece quando, durante essa fase tão especial, a mulher recebe um diagnóstico inesperado de câncer ginecológico? Embora seja uma situação rara – ocorrendo em cerca de 1 a cada 1.000 gestações – o câncer durante a gravidez exige cuidados especializados, visando a proteção da saúde da mãe e do bebê.
Neste artigo, vamos esclarecer os tipos de câncer mais comuns durante a gestação, como é feito o diagnóstico e quais são os tratamentos possíveis. Acompanhe para entender mais sobre este assunto delicado e importante.
Tipos de Cânceres Ginecológicos Mais Comuns na Gestação
Os cânceres mais frequentemente diagnosticados durante a gravidez incluem:
- Câncer de mama: É o tipo mais comum, já que a gravidez e o aumento da idade materna elevam o risco desse câncer.
- Câncer de colo do útero: Identificado, muitas vezes, por meio de exames de rotina durante o pré-natal.
- Câncer de ovário: Apesar de ser mais raro, o câncer de ovário também pode ser detectado na gravidez. Felizmente, a maioria dos cistos ovarianos encontrados durante a gestação são benignos.
Esses diagnósticos trazem dúvidas e preocupações, mas é importante lembrar que o acompanhamento de uma equipe especializada pode fazer a diferença para garantir o melhor cuidado para a mãe e o bebê.
Diagnóstico do Câncer Durante a Gestação
O diagnóstico de câncer na gestação segue os mesmos princípios de exames e investigação utilizados em pacientes que não estão grávidas. Porém, alguns cuidados adicionais são tomados para proteger o bebê. Em muitos casos, os exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética (sem o uso de contrastes como o gadolínio), são os preferidos.
A tomografia computadorizada, que envolve radiação, é evitada, especialmente no primeiro trimestre, quando o bebê está em desenvolvimento. No entanto, pode ser indicada em casos específicos, sempre com a avaliação rigorosa de uma equipe médica.
Tratamento do Câncer na Gravidez: Opções Seguras para a Mãe e o Bebê
O tratamento oncológico em gestantes depende do tipo de câncer, do estágio em que foi diagnosticado e da idade gestacional.
- Procedimentos cirúrgicos: Em muitos casos, a cirurgia pode ser uma opção segura para o tratamento, especialmente se realizada no segundo trimestre da gestação.
- Quimioterapia: A quimioterapia, por sua vez, é possível a partir do segundo trimestre e pode ser indicada em algumas situações para tratar o câncer enquanto se aguarda o momento seguro para o parto.
- Adiamento do tratamento: Em alguns casos, dependendo da situação e dos riscos envolvidos, o tratamento pode ser adiado até o nascimento do bebê ou adaptado temporariamente.
Essas decisões são complexas e devem ser tomadas por uma equipe de profissionais especializados, considerando os benefícios e riscos para a mãe e o bebê.
A Importância do Suporte Multidisciplinar e da Rede de Apoio
Receber um diagnóstico de câncer durante a gravidez pode ser emocionalmente desgastante e assustador. Por isso, é fundamental que a mulher tenha o apoio de uma equipe médica que envolva ginecologistas, oncologistas, obstetras e outros profissionais de saúde. O cuidado multidisciplinar ajuda a adaptar o tratamento, proteger a gestação e oferecer suporte emocional e físico para enfrentar os desafios do diagnóstico.
Além disso, o apoio familiar e de amigos é essencial. Manter uma rede de apoio próxima e envolvida contribui para que a mulher se sinta amparada e fortalecida durante todo o processo.
Conclusão
Enfrentar o câncer durante a gestação é um desafio delicado, mas é possível buscar um tratamento eficaz e seguro, com o acompanhamento correto. A comunicação com a equipe médica, o apoio emocional e o acompanhamento especializado são aliados poderosos para que a gestante se sinta cuidada e confiante.
Se você ou alguém que você conhece está passando por essa situação, lembre-se: não hesite em buscar orientação e perguntar sobre todas as opções. Cada caso é único, e o tratamento deve ser planejado para garantir o bem-estar e a segurança de todos.
Fonte: Revista SOGESP - Edição 152